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 A MÍDIA COMO INFLUENCIADORA NESTE ANSEIO QUE SURGE LOGO CEDO 

 

Infelizmente, faz parte da realidade de muitas famílias ao redor do mundo, ver seus filhos acometidos por algum tipo de transtorno alimentar. A anorexia, bulimia, compulsão alimentar, podem fazer parte da vida de crianças e adolescentes.

A psicóloga infantil, Bárbara Catarina, esclarece que transtornos alimentares podem ser muito comuns na infância e por isso, é importante que os pais e familiares fiquem muito atentos, porque os sintomas são muito parecidos com os que os adultos apresentam, mas as causas e as consequências são muito perigosas:

“Aquela mesma consequência que o adulto teve, que pode ser reversível, na criança e no adolescente, geralmente é irreversível. Os transtornos alimentares em crianças e em adolescentes causam sérias mudanças nos hábitos alimentares, que podem levar ao risco de morte e a graves problemas de saúde.”

A médica explica que não se tem um consenso sobre o que causa um transtorno alimentar, mas geralmente se dá por dois fatores: biológico e social (o mais proeminente).

De acordo com o estudo Transtornos alimentares na infância e na adolescência, transtornos alimentares se mostram comuns na infância e na adolescência e esta triste realidade se deve principalmente ao ambiente familiar e à exposição aos meios de comunicação. O artigo científico enfatiza que problemas psicológicos se mostram presentes na maioria dos casos de transtorno.

“É preciso compreender como se dá o comportamento alimentar, que não é apenas influenciado pelos gostos alimentares agradáveis ao paladar, mas é também influenciado pela mídia, pela família, pelo contexto social, pelo país em que se vive, pela cultura, então são diversas as características que influenciam estes hábitos alimentares”, alerta a psicóloga.

De acordo com a pesquisa Influência da mídia na incidência dos transtornos alimentares, a pessoa em uma fase influenciável se torna vulnerável às imagens veiculadas pela mídia, o que pode vir a desencadear males como a depressão e preocupações em excesso com a perda de peso e com o hábito nutricional cotidiano. O mesmo estudo destaca que os adolescentes, especialmente, passam a associar a beleza, sucesso e a felicidade com um corpo magro, o que aumenta o número de pessoas que se rendem a dietas altamente restritivas, além de outras maneiras não saudáveis para se alcançar o emagrecimento. 

A especialista Bárbara Catarina, explica, que a mídia tem um papel muito importante nessa incidência de transtornos alimentares e que cada vez mais tem direcionado propagandas e anúncios para a criança. O risco dessa exposição, segundo ela, se deve ao fato de que a criança não sabe plenamente o que é bom ou mau para si e quais serão as consequências de determinados comportamentos em longo prazo, desta forma, exigem determinado alimento ou produto anunciado:

“Os adultos cedem até por pena da criança “Coitada(o), está com vontade” ou então “Todos estão comendo, menos o meu filho”, e qual é o risco? A criança ainda não está fisicamente e nem psicologicamente bem desenvolvida, para lidar com isso, o que gera cada vez mais dificuldades e pode criar um transtorno, e é muito perigoso."

A psicóloga destaca que atualmente posições muito contraditórias são vendidas pela mídia. Na televisão e na divulgação de mídias sociais, aparece propagandas sobre a importância de que se adote um estilo de vida saudável, mostra-se dicas de como ser exercitar, do que comer, mas antes ou depois disso, há o incentivo para o consumo de alimentos super calóricos: “Então se instaura um contexto de contradição, primeiro uma propaganda de estilo de vida saudável e depois, uma propaganda que mostra que para a pessoa ser feliz precisa comer determinado alimento, porque numa roda de amigos todos estão comento e se divertindo”.

A especialista acrescenta que é fundamental que os pais discutam sobre isso e que mostre aos seus filhos o quanto isso é prejudicial a eles.

Outro conceito destacado pela psicóloga, vendido pela mídia, embora tenha perdido um pouco a força nos últimos anos, é a ideia do corpo ideal. A médica explica que mesmo quando se sabe que os corpos das revistas não são reais ainda assim, há essa busca. Os jovens, cada vez mais cedo, buscam o corpo bonito e perfeito, e hoje, muitas meninas de 7,8, anos já têm esse objetivo:

“E como pode haver um corpo ideal, num corpo ainda em desenvolvimento? Isso é muito arriscado, tem muitas crianças com 11, 12 anos, saindo da infância e entrando na adolescência, fazendo cirurgia plástica. A criança nem sequer está desenvolvida ainda, ela ainda não conhece o próprio corpo, não sabe sequer questionar sobre isso.”

Você conversa com seu filho(a) sobre estes assuntos? Já chegou a perceber um desejo exagerado em ter uma boa aparência física? A observação do comportamento e o diálogo são as melhores armas para lidar e prevenir casos de transtornos alimentares na infância e adolescência.

 

 

Bárbara Catarina – Psicóloga Infantil

Fanpage: www.facebook.com/psibarbaracatarina

Site: barbaracatarina.com.br

 

Fontes

Congresso de Alimentação e Hábitos Saudáveis na Infância.

Transtornos alimentares na infância e na adolescência. Realizado por: Juliana de Abreu Gonçalves (et al.): www.scielo.br/pdf/rpp/v31n1/17.pdf

Influência da mídia na incidência dos transtornos alimentares. Realizado por: Sarah Maria Abrahão Tolentino de Vasconcelos: www.repositorio.uniceub.br/bitstream/123456789/1723/2/20267212.pdf