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O BRASIL SE DESTACA NA PRODUÇÃO DE ÓLEOS ESSENCIAIS, MAS AINDA FALTA APOIO

 

Os recursos naturais podem curar. Há milênios, as plantas medicinais, os unguentos, os óleos essenciais, os chás, infusões, entre outras preparações, eram os remédios utilizados pela população para a cura dos mais diversos males. 

De algumas décadas para cá, tem se falado cada vez mais em Medicina Natural ou em Medicina Alternativa. Na verdade, o que tem sido abordado por essas vertentes do campo da saúde é o resgate das práticas medicinais da antiguidade. 

O médico, especialista em Medicina Natural e em Plantas Medicinais da Amazônia, Guilherme Oberlaender, realizou importante trabalho em relação à atividade antifúngica, antibacteriana e antiviral dos óleos essenciais brasileiros. 

Antes de chegar na pesquisa, o especialista havia se encantado pela Fitoterapia, área dentro da Medicina que mais o interessava e foi por meio do contato com os óleos essenciais que a paixão se intensificou.

Depois de uma viagem aos Estados Unidos pôde conhecer mais sobre a Fitoterapia e quando retornou ao Brasil, teve o desejo de trabalhar com a Medicina Natural, porém encontrou muitas dificuldades como a de conseguir óleos realmente de boa qualidade, a maioria eram óleos retificados (misturados com outros óleos e passavam por processo de padronização de aroma  e qualidade), outros eram de procedência duvidosa e isso dificultava o especialista no alcance de bons resultados com os pacientes:

“Aprendi a reconhecer óleos de boa qualidade, sei quando um óleo é bom e quando não é, quando o cultivo é orgânico ou quando o cultivo leva pesticidas, transgênicos, entre outras substâncias. Às vezes, a utilização dos óleos gerava até mesmo efeitos adversos que eu não considero que sejam dos óleos essenciais, mas daquilo que vem junto com os óleos essenciais.”

O estudo científico Óleos essenciais no Brasil: aspectos gerais, desenvolvimento e perspectivas, esclarece que apesar do Brasil se destacar na produção mundial de Óleos Essenciais (OE), sofre com problemas de falta de manutenção no padrão de qualidade dos óleos, assim como na representatividade nacional, decorrente até mesmo nos baixos investimentos governamentais em prol do setor. 

O mesmo estudo destaca que foi criada a ABRAPOE (Associação Brasileira de Produtores de Óleos Essenciais), que tem como finalidade entre outras medidas, aproximar os produtores aos centros de pesquisas nacionais a fim de agregar qualidade aos óleos essenciais.

O especialista Guilherme Oberlaender, conta que a partir da criação da Tunupa (empresa especialista em óleos essenciais do Brasil), passou a refletir de que o intuito não era apenas comercializar óleos, começou-se um trabalho junto a produtores num processo que é conhecido como “comércio justo” em que trabalha-se em conjunto com o produtor, auxiliando no que for possível em relação à produção, mas não é só isso, o comércio justo tem a ver com a partilha do lucro: “Para que esse produtor tenha o estímulo de continuar produzindo, porque tem uma hora que isso acaba, se extingue. E nesse processo conheci pessoas muito interessantes, sejam produtores, sejam pessoas da área científica e até dentro das universidades, há uma aceitação ao assunto muito grande”.

O estudo Plantas Medicinais: cultura popular versus ciência, destaca a utilização das plantas medicinais em prol da saúde como um resgate do que era comum há milênios, mas também alerta que muitas plantas ainda não possuem dados científicos concretos, o que pode-se tornar um fator de risco para casos de intoxicação.

O médico explica que ao começar o trabalho na Medicina Natural se utilizou de pesquisas de campo, conversava com as pessoas e ia de encontro com a tradição popular:

“Fui perguntando para as pessoas como elas trabalhavam com as plantas no dia a dia, e com isso a equipe foi aprendendo e quando nós tínhamos os óleos essenciais, levávamos com uma cromatografia e ali tinha-se a composição bioquímica. Juntou-se a tradição popular com a composição química.”

O trabalho do especialista foi apresentado na Botânica de 2014, que é um congresso internacional, cujas primeiras versões aconteceram em Dublin, Irlanda. A primeira edição deste encontro reuniu 33 países e a segunda, cerca de 35 países, com aproximadamente 400 pessoas.

O médico, com formação tradicional em Psiquiatria, se inclinou a conhecer outra prática terapêutica e acredita que isso se deve ao próprio comportamento de ter uma visão aberta e um “leque” terapêutico grande, o especialista considera a visão hipocrática de curar sem lesar, o seu desejo como profissional, mas também acredita no uso da química com parcimônia, que unida aos recursos naturais, pode trazer importantes benefícios:

“Acredito muito nesse princípio de vitalizar o organismo, que foi rompido em certo momento na sequência da história, que é essa tradição antiga hipocrática, que envolvia grandes mestres e alquimistas que trabalham com esses métodos que estamos tentando hoje resgatar.”

Você já experimentou algum recurso natural? Por que não repensar os hábitos cotidianos e abrir um espaço para conhecer os recursos provindos da natureza?

 

 

Guilherme Oberlaender – É médico psiquiatra, formado em Medicina Ortomolecular e também é especialista em Plantas Medicinais da Amazônia.

É fundador e consultor científico da Tunupa - Empresa especialista em óleos essenciais do Brasil.

Site da Tunupa: www.tunupa.com.br

 

Fontes 

CONAROMA – Congresso Online de Aromaterapia.

Óleos essenciais no Brasil: aspectos gerais, desenvolvimento e perspectivas. Realizado por: Humberto R. Bizzo; Ana Maria C. Hovell; Claudia M. Rezende: www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-40422009000300005

Plantas Medicinais: cultura popular versus ciência. Realizado por: Sheila Crestanello Argenta; Leila Crestanello Argenta; Sandro Rogério Giacomelli; Verciane Schneider Cezarotto: www.reitoria.uri.br/~vivencias/Numero_012/artigos/artigos_vivencias_12/n12_05.pdf