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 Medicações e dietas milagrosas possuem começo e fim, alerta psicólogo 

Quando o tema é emagrecimento é incrível como existem inúmeras histórias que dão certo e outras que apenas iludem. Nos últimos anos foi crescente os índices de obesidade em escala mundial associado a essa ‘tendência’ as propostas de emagrecimento. Praticamente todo mundo conhece alguém que está tentando emagrecer e que já recorreu aos inúmeros procedimentos, muitos deles (a maioria) sem nenhuma comprovação científica. 

O mais comum é encontrar pessoas com pavor de exercícios físicos, dieta, mas que deseja emagrecer fisicamente, porém a cabeça continua atrelada aos hábitos que o fizeram perder o controle do peso. A busca por “fórmulas mágicas” têm assustado os profissionais da área da saúde e entidades, como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que questionou a venda de inibidores de apetite, como as medicações compostas por anfetaminas, comumente adicionada nas medicações para emagrecer. 

A justificativa da Anvisa é baseada no estudo de seis anos realizado pelo fabricante (laboratório Abbott) a pedido  da Agência Europeia de Medicamentos (Emea) em que apontou o aumento de doenças cardiovasculares e AVC entre os pacientes obesos que fizeram o uso desse tipo de medicação.  

O psicólogo e fundador do projeto Mente em Forma, Roberto Garcia, comenta sobre os desejos por mudanças imediatistas e métodos emergenciais de emagrecimento prejudicias ao organismo, pois geralmente são adotados comportamentos com começo e fim. “O mesmo que oferecer ao seu corpo uma boa forma com prazo de validade", completa o médico. 

Para o terapeuta o efeito psicológico causado pelo uso da medicação é de que o paciente está submetido a uma condição especial, logo o mecanismo de compensação (volta aos velhos hábitos) será acionado quando a ação da substância passar. 

“Diante da probabilidade destes fatos, aconselho sempre procurar uma dieta que seja possível de ser adotada para uma vida, e não para um momento. É necessário adotar comportamentos saudáveis permanentes e não momentâneos”, recomenda. 

Dieta encarada como prisão

De acordo com o terapeuta ao adotar esse tipo de comportamento o indivíduo que precisa ou deseja emagrecer prejudica o organismo por conta da restrição alimentar e ainda encara a dieta como uma prisão, não vendo a hora de se libertar e poder comer tudo o que lhe foi ‘proibido’. “O cérebro, de alguma forma, tenta suprir aquela falta experimentada por tanto tempo. E o resultado disso tudo pode ser a recuperação do peso antigo e até a ultrapassagem dele”, alerta. 

Para reverter esse quadro o médico aconselha o exercício de reprogramar o cérebro por meio da mudança repetida e contínua de comportamento.

“O primeiro passo é conscientizar-se de que não se trata de um projeto (com data de início e fim), mas sim de uma forma de viver com benefícios e ganhos preciosos para uma vida mais longa e de qualidade”, conclui. 

É possível emagrecer sem sofrimento?

Para seguir em frente na proposta de emagrecimento é preciso enxergar os comportamentos tornam esse objetivo algo impossível. O terapeuta lista as principais queixas em consultório: 

-Pare de enxergar a dieta como inimiga: a mudança alimentar deve ser vista como uma atitude positiva, responsável pela sensação de bem-estar e melhor autoestima. “Muitas pessoas consideram a dieta uma privação, sofrimento, tortura e tristeza. Como um ser humano pode aguentar se submeter a esta situação de forma duradoura? Nenhuma dieta é sustentável se a pessoa considera a dieta algo afetivamente negativo”, pontua o psicólogo.

-Crenças destrutivas: a opinião sobre si mesmo e crenças negativas sobre “o que são” dificultam o emagrecimento. De acordo com o terapeuta é comum queixas em consultório de pacientes com históricos negativos sobre a dieta, desacreditados numa mudança de comportamento diante da alimentação. “Muitos acreditam que são fracos, incapazes e que nunca irão conseguir ter sucesso em uma dieta. Pessoas que pensam desta forma, dificilmente conseguirão adotar atitudes mais assertivas se não mudarem suas crenças”, adverte. 

-Faça planejamentos: para obter sucesso na perda de peso é essencial organizar a alimentação e selecionar o que será consumido diariamente. “Neste momento, as desculpas tentam convencer a mente da pessoa, no sentido de lhes poupar daquilo que consideram uma experiência ruim”. Portanto, o especialista recomenda que o indivíduo trabalhe a aceitação, prepare um planejamento alimentar diário para que as chances de recaídas sejam menores. 

Referências:

https://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI249582-15257,00-EMAGRECER+SEM+TOMAR+REMEDIO.html

https://g1.globo.com/bom-dia-brasil/noticia/2014/09/senado-libera-medicamentos-para-emagrecer-proibidos-pela-anvisa.html

 

Roberto Garcia, Psicólogo 

Idealizador do projeto Mente em Forma