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Um estudo de 2006 publicado na revista Nature sugeriu que os indivíduos obesos tinham um tipo diferente de flora intestinal. Não se sabia se a obesidade era causa ou consequência dessa diferença. Em 2009, uma pesquisa da Universidade Washington propôs que ganhar peso era consequência do ambiente do intestino, e afirmava que as pessoas poderiam ficar a par do tipo de bactérias presentes em seus intestinos para saber se tinham maior ou menor vulnerabilidade à obesidade.

Um novo estudo divulgado também na Nature demonstra que existem três tipos de flora intestinal diferentes, da mesma forma que cada pessoa tem seu tipo sanguíneo. Cada tipo de flora contem diferentes tipos de bactérias predominantes, que não se relacionariam com etnia, país de origem ou maneira de se alimentar. Como cada bactéria tem uma maneira diferente de funcionamento, a hipótese é que o metabolismo (mais lento ou mais rápido) estaria relacionado com o tipo de flora intestinal.

Os cientistas de várias instituições europeias, com colaboração da Universidade Federal de Minas Gerais, não conseguiram até agora apontar qual das três floras intestinais é retardariam ou aumentariam o metabolismo. Eles planejam repetir o trabalho. No entanto, mesmo que eles consigam novos resultados, certamente o tipo intestinal não é a única explicação para a obesidade. Outros fatores mais preponderantes são o tipo de alimentação, nível de atividade física e outras questões genéticas.

De qualquer forma, não se deve subestimar o papel das bactérias no organismo humano. E elas são muitas: enquanto o corpo humano tem cerca de 10 trilhões de células, cada pessoa carrega consigo mais de 300 trilhões de bactérias de todos os tipos. Elas são um dos organismos mais antigos do mundo, com evidências encontradas em rochas de mais de 3 bilhões de anos.

Fonte:    Folha de S. Paulo