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Tem surgido cada vez mais produtos livres dessa proteína

 

De acordo com o artigo Doença celíaca: características clínicas e métodos utilizados no diagnóstico de pacientes cadastrados na Acelbra, a doença celíaca (DC) pode se apresentar de três maneiras: clássica, não clássica e assintomática. A forma clássica da doença se inicia logo nos primeiros anos de vida e os sintomas costumam ser: diarreia crônica, vômitos, irritabilidade, anorexia, déficit de crescimento, distensão abdominal, entre outros. A forma não clássica costuma se manifestar tardiamente e os sintomas (anormalidades) costumam se apresentar de maneira isolada como: baixa-estatura, anemia por deficiência de ferro, osteoporose, esterilidade, artrite, entre outros. Já a forma assintomática ocorre principalmente entre familiares de primeiro grau de pessoas com a doença celíaca e costuma ser identificada por meio de marcadores sorológicos específicos para a DC.

A nutricionista Érica Moreira ressalta, que decorrente da busca da maioria das pessoas pela “fórmula mágica” do emagrecimento, a dieta do glúten se tornou uma espécie de “queridinha” do momento à medida que houve diminuição da barriga, houve melhora de outros sintomas e a sensação de mudança no estado de saúde como um todo. Mas não havia informação o suficiente e nem mesmo embasamento científico, o que fazia com que muitas pessoas não conseguissem dar continuidade à dieta, e outras, apesar de continuarem tentando, não conseguiram os resultados almejados:

 

“A retirada do glúten, sem uma adequação nutricional e um entendimento das ações do mesmo dentro de uma individualidade bioquímica, como não saber quando retirar completamente ou parcialmente, como fazer uma reintrodução adequada, fez com que esta conduta fosse vista como mais uma dieta radical.”

 

Segundo o artigo Doença celíaca, hábitos e práticas alimentares e qualidade de vida, a Doença Celíaca (DC) é uma doença autoimune decorrente da ingestão de cereais que contêm glúten feita por pessoas geneticamente predispostas. Além do consumo do glúten e dos fatores genéticos, também é necessário que haja a presença de fatores imunológicos e ambientais para o desenvolvimento do problema, que mundialmente é considerado como problema de saúde pública devido à sua prevalência. A doença costuma estar associada ao surgimento de complicações de saúde graves como osteoporose ou doenças malignas do trato gastroentérico.

Em relação às dietas sem glúten, a especialista esclarece que pesquisas têm apontado que não se trata de modismo, mas que a população está buscando por mais produtos sem glúten e desta forma, supermercados e restaurantes têm se adequado para receber este público. 

De acordo com o artigo Dieta sem lactose e sem glúten: quando devem ser indicadas?, nos EUA, o Instituto de Pesquisa de Mercado NPD Group, divulgou um estudo sobre os hábitos de consumo dos norte-americanos que revelava que em 2012, 29% da população estava diminuindo ou eliminando o glúten da alimentação.

A especialista acrescenta que o mercado de produtos sem glúten cresceu 140% em dois anos, e o mesmo estudo mencionado acima, projeta para 2017 um aumento de mais de 230% nas suas vendas, assim como os analistas já descartaram o modismo desta dieta e já a promoveram como uma nova tendência.

A nutricionista faz uma menção histórica sobre um dos alimentos que fazia parte da ceia de Cristo:

 

“O pão que Jesus Cristo repartiu na ceia faz mal? Pois é, esta é a questão. Não é o mesmo pão! Entre as décadas de 1950 a 1970, o mundo passou por uma grande revolução agrícola com o objetivo de maximizar a produção. E o trigo sofreu processos de hibridização aumentando sua produtividade em 800% e, em pouco tempo os americanos passaram a consumir trigo em praticamente todas as suas refeições. Esta tendência se espalhou pelo mundo com a facilidade do processo industrial."

 

A especialista alerta que o glúten é uma das proteínas de difícil digestão que desperta o sistema imunológico para agir e, que pelo fato de estar presente todos os dias e em praticamente todas as refeições, a capacidade de defesa do organismo diminui gerando diversas reações a ele, o que representa uma sinalização que o corpo dá em forma de defesa: ”Mas por falta de conhecimento e até mesmo por falta de conexão com o corpo, a maioria das pessoas continua insistindo com uma alimentação prática em curto prazo, mas que ao longo de meses e anos acarretará em desequilíbrios físicos, mentais e emocionais, com muitos danos à saúde e muitas vezes até irreversíveis”.

A única maneira de tratar um caso de intolerância ao glúten é por meio de intervenção dietética, que nada mais é do que a eliminação do glúten na dieta. A grande dificuldade para aqueles que sofrem da doença é que a maioria dos alimentos presentes no dia a dia contém glúten. E nestes casos, vale sempre ficar de olho nos rótulos dos alimentos e prestar muita atenção em casos de refeições fora de casa.

Érica Moreira – Nutricionista Clínica Funcional, pós-graduada em nutrição clínica funcional pela Universidade Cruzeiro do Sul no ano de        2009. Membro do Instituto Brasileiro de Nutrição Funcional. Atendimento em consultório desde 2006.

Site pessoal: www.nutricionistaericamoreira.blogspot.com

Trabalha com a nutricionista Mariana Ferri d’Avila: www.marianaferridavila.com.br

 

  Livros sugeridos por ela: 

- Glúten: toxicidade, reações e sintomas. Denise Madi Carreiro

- Barriga sem trigo. William Davis

- Dieta da mente. David Perlmutter

 

Fontes

Acelbra (Associação dos Celíacos do Brasil): www.scielo.br/pdf/jped/v77n2/v77n2a14

Doença celíaca: características clínicas e métodos utilizados no diagnóstico de pacientes cadastrados na Associação dos Celíacos do Brasil. Realizado por: Vera Lucia Sdepanian; Mauro Batista de Morais; Ulysses Fagundes-Neto: www.scielo.br/pdf/jped/v77n2/v77n2a14

Doença celíaca, hábitos e práticas alimentares e qualidade de vida. Realizado por: Halina Mayer Chaves Araújo; Wilma Maria Coelho Araújo; Raquel Braz Assunção Botelho; Renata Puppin Zandonadi: repositorio.unb.br/bitstream/10482/13947/1/ARTIGO_DoencaCeliacaHabitos.pdf

Dieta sem lactose e sem glúten: quando devem ser indicadas? - www.amhs.com.br/print_comunicado.asp?id=40