Inflamações persistentes no ouvido médio podem estar diretamente associadas à obesidade infantil, segundo um estudo publicado na edição de março da publicação Archives of Otolaryngology Head & Neck Surgery (Arquivos de Otorrinolaringologia, Cirurgia de Cabeça e Pescoço).
Conduzido por cientistas da Universidade Kyung Hee, de Seul, Coreia do Sul, o estudo analisou a relação entre os limites gustativos (que nos fazem diferenciar os vários sabores dos alimentos) e sua associação com o índice de massa corporal de crianças portadoras de otite média purulenta recorrente ou persistente.
O teste mediu os limites gustativos de 42 crianças com a doença por meio de um tubinho de plástico dentro do tímpano, mantendo o ouvido médio gaseificado. O mesmo teste foi conduzido com um grupo de 42 crianças que não apresentavam otite persistente.
Foram usadas quatro soluções de sabor - açúcar, sal, ácido cítrico e cloridrato de quinino. O teste apontou que as crianças portadoras da doença tinham o limite gustativo para os sabores doces e salgados mais elevado que as do grupo de controle. Um pequeno aumento desse limite foi detectado também para os sabores amargo e azedo. Os resultados sugerem uma relação entre as mudanças no gosto e o aumento do Índice de Massa Corporal em pacientes pediátricos com otite, segundo os pesquisadores. Embora a maioria das crianças se cure das inflamações nos ouvidos, cerca de 10% desenvolvem a otite persistente.
A associação entre infecções de ouvido e obesidade vem sendo estudada há um tempo. Em 2008, durante a Convenção Anual da Associação Americana de Psicologia, uma série de estudos mostrou que pessoas com quadros persistentes de otite no ouvido médio quando crianças tinham preferência maior por ingerir alimentos doces e gordurosos, mesmo quando mais velhos.
Autor: Agência Comunicado
Fonte: Terra