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Pais e professores devem estar atentos aos sintomas dos pequenos

 

Boa parte dos problemas oculares em crianças são descobertos durante a fase de alfabetização, visto que, nesta fase, a boa visão é exigida das crianças para a realização de tarefas escolares.

O papel dos pais e professores neste período é fundamental, pois a detecção e correção do problema de visão já na fase pré-escolar aumenta as chances de uma evolução favorável, visto que o olho da criança se desenvolve, em geral, até os 7 anos. No entanto, quando os problemas são detectados tardiamente, exigem tratamentos complexos ou pode resultar em quadros irreversíveis. Dessa forma, os pais e professores devem ficar atentos aos sintomas que a criança pode apresentar.

“Crianças ou adolescentes com erros refrativos de alto grau não corrigidos tem o seu mundo nítido limitado, seu rendimento escolar prejudicado e muitas vezes queixas de cefaleia, dispersão e personalidades introvertidas nos míopes. Hipermetropia e astigmatismo levam a cefaleia, dispersão e pouca disposição para leitura”, explica a oftalmologista pediatra Rosa Maria Graziano, presidente do Departamento de Oftalmologia da Sociedade de Pediatria de São Paulo.

A especialista explica que cerca de 25% das crianças em período escolar apresentam problemas oftalmológicos, sendo 18% por  erros refracionais (miopia, hipermetropia, astigmatismo) e 7% por conjuntivites, hordéolo, blefarite, sequelas de acidentes oculares e estrabismo. “Destes saliento o erro refrativo, o estrabismo e os traumas oculares por comprometerem a estética e o desempenho visual da criança e com isto o desenvolvimento adequado de sua personalidade ou comportamento”.

“A visão é um dos mais importantes sentidos no desenvolvimento físico e cognitivo normal da criança e adolescente. Através da visão, percepções externas são recebidas, processadas e irão interferir nos valores adquiridos do mundo exterior”.

 O que são erros refrativos?

 

 Os principais problemas visuais em idade escolar são os chamados “erros refrativos”, que podem ser corrigidos com o uso de óculos. Os principais são a miopia, hipermetropia e astigmatismo.

De acordo com a oftalmologista, na miopia, o olho é mais comprido que o normal, e a córnea e o cristalino, que são  as lentes do olho, não conseguem concentrar os raios exatamente sobre a retina, o que reduz a nitidez da imagem de longe. Na hipermetropia, o olho é menor que o normal e as crianças sentem dificuldade de enxergar de perto. Já o astigmatismo compromete a visão tanto de longe quanto de perto e causa dores nos olhos ou “embaçamento da visão”.

Após o diagnóstico de qualquer problema de visão é importante definir com o médico oftalmologista a melhor forma de correção, que pode ser feita com óculos ou lentes de contato. A especialista explica, que nessa idade a cirurgia não é recomendada. “Apesar do grande avanço tecnológico, as lentes de contato e óculos ainda são as melhores soluções para quem tem menos de 20 anos de idade. Isto ocorre porque, assim como todo o corpo, os olhos das crianças e adolescentes continuam crescendo, o que não permite que o grau se estabilize e que a cirurgia seja definitiva”.

Dependendo da idade da criança não é recomendado iniciar o uso de lentes de contato, visto que ela exigem cuidados especiais como a higienização correta. “Do ponto de vista estético e pela limitação às atividades esportivas com o uso de óculos, as lentes de contato estão indicadas nos altos graus e na prática de esportes quando o jovem manifestar desejo de usá-las e tiver condições de cuidar de suas lentes de contato. Não existe uma idade mágica, mas aos 12-13 anos já temos bons resultados”, recomenda.

 

 

Dra. Rosa Maria Graziano

Doutora em Oftalmologia pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Presidente do Departamento de Oftalmologia da Sociedade de Pediatria de São Paulo.

 

Fontes:

Sociedade Brasileira de Pediatria – Coordenação de Renata D Waksman e col. Crianças e adolescentes seguros. Publifolha , São Paulo, 2005

https://zh.clicrbs.com.br/rs/vida-e-estilo/vida/noticia/2014/01/oftalmologista-explica-como-identificar-sinais-de-problemas-oculares-nas-criancas-4383552.html