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Os índios usavam o óleo de copaíba e a resina de copaibeira como remédio muito antes de Cabral aportar no território que se chamaria de Brasil. Em centenas de laboratórios do mundo inteiro, deve haver, neste exato momento, um pesquisador ou outro manipulando os extratos de uma das diversas espécies da planta de origem amazônica, em busca de mais uma aplicação no extenso bulário da medicina caseira. 

No Brasil, há hoje 520 medicamentos fitoterápicos, ou seja, fabricados à base de partes de plantas medicinais, registrados na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Em breve, poderá surgir o de número 521 — feito a partir do óleo bruto de copaíba —, se depender dos acordos em andamento entre a Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto (FCFRP/USP), Fiocruz e a Health, empresa de Indaiatuba (SP) que demonstrou interesse em participar do projeto. 

O produto será um anti-inflamatório, cujos efeitos já foram testados e comprovados pelo professor Osvaldo de Freitas e sua equipe e que agora está em vias de ser transformado em medicamento. Segundo ela, uma das vantagens do medicamento à base de copaíba é que ele não causa irritação e ulceração gástrica, como ocorre com anti-inflamatórios não esteroidais, com referência a fármacos como o ácido acetilsalicílico, o ibuprofeno e outros que, apesar de seus efeitos analgésicos e antitérmicos, exibem efeitos colaterais. 

No caso da copaíba, os experimentos já realizados nos laboratórios da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP de Ribeirão Preto mostram, ao contrário, proteção da mucosa gástrica e também sugerem a utilização de quantidades menores do produto para se obter o mesmo efeito terapêutico de outros anti-inflamatórios. No entanto, o pesquisador adverte que as respostas só serão conclusivas após a realização de ensaios clínicos em humanos.

Autor:  Agência Comunicado

Fonte:  Correio Braziliense