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A exposição continua a altos níveis de ruído é a principal causa do problema

 

Imagine o que viver ouvindo um tinido constante? Essa é a realidade de 15% da população mundial, sendo 28 milhões de pessoas apenas no Brasil, que sofrem de zumbido no ouvido, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Para alguns o incômodo é semelhante ao barulho de insetos, outros associam o som ao de uma cachoeira, panela de pressão, apito ou chiado de TV, mas uma opinião é unanime entre os pacientes, o barulho é perturbador.

O nome médico para o zumbido é acúfeno ou tinnitus e é causado, em sua maioria, por uma dano nas células do ouvido interno, mais precisamente na cóclea, que tem um formato de concha. As células são responsáveis por captar as vibrações e enviar impulsos elétricos pelo nervo auditivo para o cérebro. Contudo, quando as células são lesadas, elas continuam enviando os impulsos elétricos para o cérebro, mesmo quando não há vibrações sonoras, o que causa o “barulho fantasma”, conhecido como zumbido.

“A definição de zumbido é a percepção de um som na ausência de um estímulo sonoro correspondente. Na grande maioria dos casos este sintoma advém da uma perda auditiva, seja por exposição ao ruído, envelhecimento ou uso de medicações. Outras condições clínicas podem cursar com zumbido ou até mesmo agravar um zumbido preexistente, como Hipertensão arterial sistêmica, Diabetes, alterações da tireoide, dentre outras”, define o médico otorrinolaringologista Renato Bittar.

O médico explica que as causas para o zumbido podem ser as mais variada como trauma acústico, excesso de cerume, infecção no ouvido, efeitos colaterais de certos medicamentos (centenas deles podem causar zumbido), tímpano perfurado, acúmulo de líquidos, pressão arterial alta, tumor no nervo auditivo (neuroma acústico), níveis muito altos de triglicerídeos no sangue, diabetes, envelhecimento e estresse.

Contudo, o médico explica que a principal causa é a exposição prolongada a altos níveis de ruído. “Pessoas expostas a níveis continuamente altos de ruído inicialmente apresentam sintomas de um quadro denominado fadiga auditiva, que cursa com sensação orelha tapada e outros sintomas funcionais com zumbido, dor de cabeça, problemas do sono e do humor. A medida que a exposição persiste ocorre um dano mais severo e definitivo à cóclea, com piora do zumbido e da acuidade auditiva. A surdez nestes casos evolui de forma lenta e insidiosa, tornando-se clinicamente evidente geralmente após alguns meses ou anos”, alerta o médico.

Zumbido tem Tratamento?

Apesar da gravidade do problema, que afeta drasticamente a qualidade de vida de quem o possui e do mito popular de que “o zumbido não tem cura”, existem opções de tratamento efetivas que podem acabar de vez com o incomodo.

O especialista explica que, primeiramente é importante orientar o paciente, pois a grande maioria das causas de zumbido advém de alterações auditivas. “Muitos pacientes trazem consigo um enorme receio de estarem sofrendo de alterações neurológicas graves em função do zumbido, quando na verdade estas causas são minoria”.

A seguir, o médico esclarece que é importante identificar a causa deste sintoma e abordá-la diretamente, seja com procedimentos clínicos ou cirúrgicos. Além disso, a Otorrinolaringologia dispõe de um ampla arsenal terapêutico que pode ser utilizado no tratamento do zumbido.

Bittar recomenda uma modalidade de tratamento denominada Enriquecimento Sonoro / Tinnitus Retraining Therapy – TRT, que consiste na utilização dos mecanismo de plasticidade cerebral através da apresentação de estímulos sonoros que levam a uma diminuição da percepção do zumbido. “É importante é frisar que o tratamento deve ser sempre orientado por um médico otorrinolaringologista”.

 

 

Renato Fortes Bittar

Otorrinolaringologista, Especialista pela Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-facial.

 

Fontes:

Associação Brasileira de Otorrinolaringologia – ABORL

https://biosom.com.br/zumbido

https://deficienciaauditiva.com.br/

www.portalotorrino.com.br